sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Memórias de Sei lá o quê.


...e em um determinado momento da sua vida, você percebe que o caminho para frente se tornou um círculo constante, parecendo até a representação do infinito. São voltar e mais voltas, absurdamente com as mesmas paradas, vivências, ocorrências e destinos...



...e em um determinado período de atividade pessoal, você descobre que tudo faz sentido sem sentido algum. Que as árvores que você plantou brotaram, mas não tem força – que a macarronada aos domingos em família era uma mera ilusão de harmonia e sentimento...

...e em um determinado tempo balzaquiano masculino, você sente que a sua facilidade para atrair as boas pessoas se torna um fluxo contrário dos sentimentos, convertidos em interesses próprios de outrem...

...e em um determinado ângulo de visão, você nota que tudo passa a ser como era antes – que nada mudou. Á única mudança foram as envergaduras notáveis na pele e a enorme ausência dos protetores cranianos que insistem em mudar a própria cor e força...

...e em um determinado estágio da vida você entende que, para avançar um passo, é necessário voltar dois ou três – mas muitas vezes é mais importante voltar um passo e lá permanecer eternamente, do que avançar quatro ou cinco e se perder no sentido da vida...

...e em um determinado ciclo de vida, descobre-se que guardar o passado nunca faz sentido algum, mesmo que seja dos momentos bons ou ruins – mas de certa forma, o aconchego proporcionado pelo afago maternal sempre foi importante para o crescimento da confiança pessoal...

...e no final das contas, você descobre que já é tarde e não conseguiu fazer nada do que pretendia. Apenas perdeu parte de sua vida, tentando ganha-la – tentando ajudar a tudo e a todos. Você passa por cima dos próprios objetivos para dar atenção ao próximo...

...e é aí, neste exato momento, você descobre que a vida acabou.