quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Memórias da Mágoa - Desligando a Chave Geral

Sentir-se responsável por fazer o bem para alguém dá um sensação de bem estar indescritível. Ainda mais quando somos responsáveis por mudar a vida das pessoas para o bem, dando metas, caminhos e objetivos.



E quando esta tarefa faz com que você tire da pessoa o principal, que é a própria essência da vida? E quando isto faz um bem oculto, tornando-se o mal? Pois é: neste momento você descobre que ser bom foi ser ruim.

Por exemplo, eu nunca gostei assistir jogos de futebol pois tinha meus princípios fiéis de que aquilo era pura aniquilação. Hoje em dia eu entendo perfeitamente o que faz um homem sentado em sua poltrona, com a mão no saco, uma lata de cerveja a tiracolo, xingando o Juiz e os jogadores / torcedores do time adversário: Ele está perdendo o seu stress. Ele está no seu momento “fazer unhas dos pés e das mãos”.

Se por algum acaso o homem não faz isto é porquê provavelmente ele tem outras atividades preferenciais, como andar de moto, fotografar, andar de bicicleta, conhecer locais culturais, frequentar um bom restaurante, entre outros. No meu caso, eu costumava escrever, como faço neste exato momento. Emitia textos dúbios e as vezes maravilhosos que as pessoas sempre gostavam de comentar.

Fazendo isto eu acabei criando uma espécie de alter ego – este que foi admirado por pessoas em especial. E com isto, acabei criando pessoas que viviam o que eu dizia, eu achava e que nem mesmo por vezes eu concordava. Eu criei pessoas que viviam o que eu vivia. Pessoas que respiravam o que eu respirava.

Por meses eu venho tentando consertar esta situação chata e amarga, mas vi que o resultado final foi péssimo. E o que eu aprendi com isto? Aprendi que o ditado “você colhe aquilo que planta” é a mais perfeita verdade.

Para ajustar uma situação como esta, as vezes é necessário magoar as pessoas. É como se você desmentisse uma mentira deslavada sabendo das consequências que você mesmo criou. Se isto limpa a alma e vai fazer bem para todos? Só o tempo poderá dizer. O importante é que estou tentando seguir os princípios corretos da vida.

Eu resolvi fazer isto. Para o meu bem, para o bem dos que me respiravam e para o bem das pessoas que ainda me respiram.

O que eu espero disso tudo? Primeiramente que as pessoas se encontrem por si próprias e vejam que viver a vida não é co-viver o que os outros sentem. Quero que as pessoas busquem seus próprios caminhos e destinos, focadas em seus objetivos pessoais e familiares. Eu quero que as pessoas vivam por si, para que eu mesmo possa viver por mim.

Que todos sejam livres. Foi desligada a chave geral.

Boa vida.