quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Memórias das Três Verdades - Um antro de opções

Há tempos eu escrevei algo sobre as três verdades que trata-se de uma teoria que explica a designação de não acreditar na informação de duas pessoas, mas sim, de coleta-las e ter a própria opinião. É, eu sempre preguei isto e sempre me saí muito bem com esta forma de agir.

Mas e quando não existem duas verdades para se ter a terceira opinião? E quando se tem apenas uma "verdade"?



Pois é: eu acho que não preciso ficar explicando os meus princípios, os meus conceitos e as minhas ideias para todos, pois cada um que faz parte do meu ciclo de amizades já me conhece bem. Também acredito que cada um de vocês que está no meu ciclo sabe bem que eu não costumo faltar com respeito e tão menos jogar palavras ao vento, dando a intenção de que tudo o que acontece em minha vida é por culpa dos outros.

Pois bem. Quando julgamos as pessoas de modo fácil, todos tem a sensação de que a verdade "veio a tona". Legal, pois é isto que a maioria gosta de ler - as pessoas são movidas ao combustível da dor do próximo e da informação deslavada.

Quando decidi há pouco mudar o rumo da minha vida, fiz por minha própria conta e risco. Fiz pelo meu próprio coração. E fiz também pensando no coração de todos ao meu redor. Decidi pois decidi e ponto - trata-se de um problema exclusivo meu.

Não me interessam os julgamentos e tão menos as informações que são jogadas ao vento que dão a ideia de que eu fui um crápula, ou um ser sem coração e inútil. O que realmente importa é o que eu sentia e me machucava, me magoava e entristecia. E com tudo isto, tomar as decisões que eu tomei acerca dos acontecimentos da vida foram dolorosas.

Mas não tem nada não. Aprendi pelo meu próprio erro - o erro de ficar calado, de engasgar com os acontecimentos e ficar dilacerado por dentro. O erro de não dar a chance da terceira verdade, já que é isto que importa para a grande maioria. E com isto, muitos usam e abusam da minha paciência que já não é das maiores.

Na onda da mudança eu resolvi preservar várias pessoas que comigo estavam próximas ou até mesmo a distância. E foi nesta onda que eu resolvi ficar mudo, intacto e resignado. Deveria ter soltado um "culhão" de verbos no Facebook como todos fazem - ou como um ou outro faz.

Seria mais fácil eu ter me "queimado" da forma errada do que da forma correta, pois aí sim todos teriam motivos reais para me criticar ao extremo. Enfim, isto é um pensamento que veio dos meus devaneios, e cada vez que penso nisso eu tenho mais ódio ainda de Saint Exupeury (... tu és eternamente responsável.... pela porra do blábláblá).

Todas as vezes que penso nisto eu me sinto mais vazio por dentro. Nada de "algo que queima por dentro - mas que tem amor e amor e amor". Só vazio, porém, sem decepção alguma afinal, o esperado já era esperado. Dúbio? Pra mim não.

Quando uma pessoa acusa outra de algo ela deve esperar geralmente o contra-ataque. Mas de mim nunca espere isto, pois eu não costumo trabalhar com "para cada ação, uma reação" - eu vou atrás é da minha felicidade, doa a quem doer, queime a quem queimar, afinal, se não dá para ser certo em um mundo de muitas verdades, porque então se preocupar com o bem estar dos outros?

E é desta forma que eu farei o meu mundo seguir: calado, resignado e intacto, seja bom ou seja ruim (não para mim, mas para os outros). É desse jeito que eu vejo o meu mundo voar, tendo a certeza de que a minha verdade vale única e exclusivamente para uma pessoa:

Eu mesmo.