Por volta dos meus oito ou nove anos de idade, eu e meus
irmãos fomos instruídos pelo meu pai e pela minha mãe a respeitar qualquer
pessoa, independentemente de ser mais velho, mais novo, mais rico ou mais
pobre.
A regra do “Bom dia”, “Boa tarde”, “Boa
noite”, “Por favor” e “Obrigado” tornou-se uma constante em nossas vidas,
fazendo com que eu e meus irmãos nos tornássemos crianças extremamente
educadas.
Dizer “Senhor”, “Senhora”, “Doutor”,
“Doutora” também estava dentro do vocabulário ao qual fomos instruídos: - Usar
Senhor(a) para os mais velhos e Doutor(a) para os médicos. Era isso que sempre
tínhamos como instrução.
Crescemos utilizando este
aprendizado e sempre fomos muito felizes com isto. Utilizávamos isto para
nossos patrões, para nossos amigos, para nossos parceiros de trabalho, para
policiais, enfim, para uma gama vasta de pessoas.
Sempre nos ensinaram que a educação
faz o homem. E é verdade, não posso discordar da minha mãe e do meu pai nestas
horas.
Mas o tempo passa e com isto, acabamos
nos relacionando com pessoas que não sabem, ou talvez não queiram utilizar isto
como parte de suas vidas. Na verdade, sinto que quase todas as pessoas perderam
este costume consagrado de respeitar o ser humano.
Não ouvimos mais isto de ninguém.
Não ouvimos mais isto em lugar algum. As pessoas estão secas, sem sentimentos,
sem vontade ou sem a mínima preocupação de respeitarem as outras pessoas.
Infelizmente o mundo acabou se
tornando um antro de obrigação. As pessoas trabalham por obrigação, lhe atendem
por obrigação, lhe retornam por obrigação e lhe cobram por obrigação.
Ser atendido hoje em dia em um caixa
de supermercado é uma das coisas mais traumatizantes que existem. Claro, todos
nós temos nossos problemas e nossos dias de fúria, mas e o respeito? Onde ele
entra? Quer dizer então que todo o dia que eu tiver um dia ruim eu maltratarei
alguém?
Mas é compreensível. Isto é culpa
dos pais de atualmente. Dos pais que instruem que seus filhos são poderosos e
cheios de si mesmo. Dos pais de um passado que fizeram de seus filhos, máquinas
de sucesso sem felicidade.
De que adianta ter sucesso sem
felicidade? Difícil dizer. Isto depende de cada um, não é?
Mas de uma coisa eu sei - A educação
não é para qualquer pessoa. Educação é
como mascar chiclete: Se você masca um chiclete de boca aberta, não adianta de
nada sorrir. Você literalmente não teve educação.
O mesmo vale para a forma de tratar
as pessoas: De que adianta não tratar bem as pessoas e manter o sorriso pelos
ares? Você literalmente não tem educação também.
A educação não é para poucos, e sim,
ela não é para todos.
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