quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Desabafo Social. Pense na vida.

    Se você coloca textos no Facebook perguntando “se caso você se simpatize com algo que escrevi, cole isto no seu mural”, ou se você participa de marchas de orgulho, marchas de fé, marchas de protesto, até mesmo se você posta algo como “Ai, estou com sono. Acho que vou dormir” naquela rede social falida e feita para amebas, existe uma enorme possibilidade de este texto ser para você.

    Agora, se você é uma pessoa que somente consegue ler dois ou três parágrafos de um texto e se não achou nada mais engraçadinho no logo no começo, acaba desistindo da leitura – então, unindo as opções descritas no parágrafo anterior, a possibilidade de este texto ser para você é total.



 
    Há muitos anos atrás, vários movimentos foram criados ao redor do mundo. Dentre todos, no meio do rock o mais conhecido tem o nome de “movimento Punk”. A ideologia básica (básica mesmo, para mais - http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_punk) é de protesto contra governos, ladrões, corruptos, entre outros.

    O mais interessante é que no meio dos punks existiam vários religiosos, muitos ateus, ciclistas, skatistas, machistas, feministas, gays, lésbicas (mesmo que nos dois últimos, fosse só por diversão da época) e fazendo o mais importante de tudo, que é respeitar um ao outro. Eles lutavam por um único objetivo – mesmo que este fosse desprovido de organização – lutavam pela igualdade, fraternidade e liberdade, além de outros objetivos não tão corretos, mas válidos para quem luta por algo. Inclua a isto o direito de expressão.

    As palavras “Igualdade, fraternidade e liberdade” podem ser traduzidas como: governo justo, menos corrupção, interesses COLETIVOS do povo alcançados, união pela força, troca de informações, direito de ir, vir e criticar, entre muitos outros fatores que não desabonam a crença, opção sexual ou governista.

    Após a criação do movimento punk e de vários outros, com o passar dos tempos surgiram os computadores, a BBS (http://pt.wikipedia.org/wiki/Bulletin_board_system) e depois a internet. Máquinas de informações excessivas a todo o momento, a qualquer hora e em qualquer lugar, cheias de informações carentes de fontes ou até mesmo, distorcidas.

    O que obtivemos com isto foi uma bomba de dados disponíveis na world wide web, de fácil acesso e desprovida de qualquer censura (inicialmente). Logo, surgiram grupos de bate-papos, salas de encontros, troca de informações pessoais, fotos, textos, ideias, pensamentos e muitas outras coisas que beneficiaram ou não a população.

    Anos passaram e surgiram as redes sociais, alguns movimentos foram criados, o download de músicas passou a ser um estouro, filmes não eram mais assistidos nas telas de cinema, encontros para protestos eram organizados na rede mundial, as drogas foram conhecidas mais facilmente, a individualidade foi aumentando e cada vez mais, o computador passou a ser o parceiro de pessoas solitárias que somente se encontram para protestar e fazerem festas a favor de nada.

    Os movimentos mudaram de rumo e o que era Punk, foi dividido em vários outros movimentos de ateísmo forte, deísmo, teísmo, machismo, feminismo, gls(ismo) e qualquer outro que pudesse fornecer a tão desejada “liberdade de expressão”. Mas estes movimentos esqueceram-se de seguir um princípio básico:

    Liberdade, igualdade e fraternidade.

    Estes movimentos lutam tão e somente por seus objetivos particulares, esquecendo que todos nós estamos sendo roubados, grilados, maltratados e muito mais por políticos, pessoas de poder e indivíduos que fazem abuso da autoridade própria.

    Antigamente, era comum ver uma greve de professores que sofriam ataques da PE (Polícia do Exército) para reivindicarem seus direitos de cidadãos trabalhadores. Hoje, estes professores (os renovados) estão atacando alguém na internet através de um grupo, ou participando de uma marcha para Jesus.

    Era comum vermos passeatas contra o governo, com a polícia indo para cima dos manifestantes com tudo. Mas tínhamos o efeito colateral adverso – éramos atendidos. Hoje, o que temos são passeatas a favor da liberação da maconha (não sou contra movimentos, mas acho que poderiam manifestar em uma passeata conjunta contra os impostos na compra de produtos de uso comum e diário).

    As manifestações não fazem mais sentido. Da forma na qual aparecem na internet, somem como se fossem engolidas por um furacão. Hoje em dia, luta-se pelo bem individual (panelas), não mais pelo bem social e coletivo.

    O que importa agora, para essas novas turmas, é o “eu ser aceito”. “Você, que se foda”.

    Por tanto, se você faz alguma das coisas citadas nos dois primeiros parágrafos deste texto, por favor, pense em algo educativo, inteligente e para o bem de todos. Pense em algo social. Pense.