domingo, 15 de outubro de 2017

A Diferença entre a Volatilidade e a Superfluidade

Um dia meu pai (ou minha mãe, não me lembro ao certo) disse: - aquela pessoa é tão supérflua que nem vale o tempo perdido.

Nossa, aquilo caiu como uma bomba em meu cérebro e também, como mais uma palavra que poderia ser utilizada no meu vocabulário.




E assim foi: busquei, entendi e passei a utilizar "supérfluo" para tudo e para todos. Para pessoas que não transmitiam confiança, para coisas que não tinham sentido, até mesmo para uma opinião que não tinha justificativa.

Coisas e pessoas supérfluas (na minha mente até alguns meses atrás) eram desnecessárias em minha vida, pois não possuíam nada (ou talvez quase nada) que pudessem ajudar em meu crescimento espiritual, financeiro e de amizade. Posso aqui citar uma centena de coisas e pessoas supérfluas, mas talvez hoje eu entenda o motivo de serem assim.

Então, o que estou tentando dizer com este texto? O que estou tentando na verdade, é mostrar que hoje, talvez a partir de agora, noto que a volatilidade é pior que a superfluidade.

Quando estudamos informática (lá no passado, vindo dos cursos de processamento de dados dos grandes colégios particulares, em meados de 1990), aprendemos que uma memória RAM de um computador ( talvez você só saiba que ela existe, mas não sabe para que) é volátil, ou seja: o que ela utiliza em memória para processamento rápido é totalmente perdido quando o computador é desligado. Não existe armazenamento permanente na memória volátil, logo, tudo de bom ou de ruim que ela ajudou a processar é descartado, jogado no lixo e no dia seguinte, ela pode voltar a ter as mesmas coisas ou não alocadas em seu espaço para uso.

E o ser humano, em um volume relativamente alto é igual: ele armazena tudo o que faz sentido em uma memória "não volátil", mas aquilo que deve ser temporário ele absorve, usa e depois despreza. Sim, isto é muito bom, pois a mente deve estar limpa para processamento de novidades.

O problema é quando as pessoas são voláteis no que tange ao seu comportamento diário e interpessoal, passando opiniões, entendimentos e sentimentos sobre as coisas em um dia e no dia seguinte, como se nada tivesse acontecido, as opiniões são totalmente opostas, diferentes e conflitantes com aquilo que havia sido exposto anteriormente.

Quando nós temos opiniões formadas sobre alguma coisa e de repente uma opinião externa ou alheia nos faz mudar, isto não nos torna nem voláteis e nem supérfluos, mas sim, nos torna inteligentes suficientemente para vermos nossos erros e mudarmos o nosso caminho em relação a algo, alguém ou alguma coisa.

Mas quando em um dia nós conseguimos ter uma opinião de pé batido em relação a uma coisa e no dia seguinte mudamos de opinião radicalmente, demonstrando isto em nossas atitudes ou até palavras, isto demonstra a nossa volatilidade.

Ser volátil é não ter opinião formada sobre nada. Ser volátil é ter uma opinião hoje e no dia seguinte ela estar totalmente modificada. Ser volátil é pedir e não conceder. Ser volátil é pregar algo e não fazer igual. Ser volátil é demonstrar aquilo que não é. Ser volátil é emprestar o conhecimento que não se tem e parecer ser o criador da explanação. Ser volátil é transparecer aquilo que não se pode ser ou ter. Ser volátil é abominante, horrendo e assustador.

Sim, eu tenho mais receio e medo das pessoas voláteis do que das supérfluas, pois as supérfluas não tem significado para você, porém, as voláteis podem mudar de opinião de uma hora para outra (quando digo hora para outra, é no sentido literal) e prejudicar a sua vida.

Lembrando que, ter uma mente que trata as coisas de forma volátil é diferente de ser uma pessoa volátil. A primeira é necessária para a evolução, já a segunda, não serve de nada.

Como combater isto e fazer da sua vida algo mais objetivo e concreto? Acredito que ainda não saiba como pois passei a ter em meu vocabulário o "volátil" recentemente, porém, uma coisa eu posso afirmar de mão cheia: 

O que é volátil não faz bem.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Educação não é para todos



Por volta dos meus oito ou nove anos de idade, eu e meus irmãos fomos instruídos pelo meu pai e pela minha mãe a respeitar qualquer pessoa, independentemente de ser mais velho, mais novo, mais rico ou mais pobre.



            A regra do “Bom dia”, “Boa tarde”, “Boa noite”, “Por favor” e “Obrigado” tornou-se uma constante em nossas vidas, fazendo com que eu e meus irmãos nos tornássemos crianças extremamente educadas.

            Dizer “Senhor”, “Senhora”, “Doutor”, “Doutora” também estava dentro do vocabulário ao qual fomos instruídos: - Usar Senhor(a) para os mais velhos e Doutor(a) para os médicos. Era isso que sempre tínhamos como instrução.

            Crescemos utilizando este aprendizado e sempre fomos muito felizes com isto. Utilizávamos isto para nossos patrões, para nossos amigos, para nossos parceiros de trabalho, para policiais, enfim, para uma gama vasta de pessoas.
            Sempre nos ensinaram que a educação faz o homem. E é verdade, não posso discordar da minha mãe e do meu pai nestas horas.

            Mas o tempo passa e com isto, acabamos nos relacionando com pessoas que não sabem, ou talvez não queiram utilizar isto como parte de suas vidas. Na verdade, sinto que quase todas as pessoas perderam este costume consagrado de respeitar o ser humano.

            Não ouvimos mais isto de ninguém. Não ouvimos mais isto em lugar algum. As pessoas estão secas, sem sentimentos, sem vontade ou sem a mínima preocupação de respeitarem as outras pessoas.

            Infelizmente o mundo acabou se tornando um antro de obrigação. As pessoas trabalham por obrigação, lhe atendem por obrigação, lhe retornam por obrigação e lhe cobram por obrigação.

            Ser atendido hoje em dia em um caixa de supermercado é uma das coisas mais traumatizantes que existem. Claro, todos nós temos nossos problemas e nossos dias de fúria, mas e o respeito? Onde ele entra? Quer dizer então que todo o dia que eu tiver um dia ruim eu maltratarei alguém?

            Mas é compreensível. Isto é culpa dos pais de atualmente. Dos pais que instruem que seus filhos são poderosos e cheios de si mesmo. Dos pais de um passado que fizeram de seus filhos, máquinas de sucesso sem felicidade.

            De que adianta ter sucesso sem felicidade? Difícil dizer. Isto depende de cada um, não é?
            Mas de uma coisa eu sei - A educação não é para qualquer pessoa.  Educação é como mascar chiclete: Se você masca um chiclete de boca aberta, não adianta de nada sorrir. Você literalmente não teve educação.

            O mesmo vale para a forma de tratar as pessoas: De que adianta não tratar bem as pessoas e manter o sorriso pelos ares? Você literalmente não tem educação também.

            A educação não é para poucos, e sim, ela não é para todos.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Eeeeeeta Situação Precária - O País do Tubisco

E foi no ano de 2015 que as bombas mais fortes explodiram em nosso país. Só que elas não explodiram por causa de todas as pessoas que gritaram “Vem pra rua”, ou “não aos centavos a mais do busão” há alguns anos. Elas explodiram por poder.



O que está acontecendo agora é uma guerra de ódio, poder,chantagem e contradição, pois enquanto o Governador de São Paulo, o Exmo. Água de Salsicha sofre com duzentas escolas tomadas por pessoas que se dizem estudantes (texto a parte, pois dá tristeza saber como nossas escolas estão sendo frequentadas por tudo que não presta), lá em cima, Eduardo Cunha resolve impor por meio de chantagem a abertura do processo de impeachment da Presidenta Dilma Roussef. Isto para salvar a própria bunda.

Mas o mais engraçado é que enquanto os aliados gritam “Não vai ter golpe”, eu fico me perguntando o motivo do Hélio Bicudo (fundador do PT) ter confeccionado um pedido tão sutil e direto.

Se existem algum golpe, este é do próprio Hélio então. E se é um golpe, não deveria estar previsto na constituição. E se é um golpe, não deveríamos ter pedaladas fiscais. E se é um golpe, não teríamos mais de 40 presos na Lava Jato. E POR AÍ VAI.

Não, eu não esqueci do Governador de São Paulo. Eu chego lá.

Talvez, um pouco de pensamento próprio ajudaria as pessoas a se perguntarem mais sobre os acontecimentos. Talvez isto faria um maior entendimento em relação ao Eduardo Cunha e ao Tsunami que o PT está sofrendo.

Quanto ao água de salsicha? Agora ele não fica mais em evidência, pois “tá tenu pobrema prá Diuma”. Se safou, hein?

Se o processo de Impeachment é bom ou ruim nós ainda não sabemos (reflete na bolsa, confiabilidade estrangeira, etc), mas uma coisa é fato: Não dá pra ficar como está e talvez este seja o único caminho para algo acontecer. ALGO TEM QUE ACONTECER.

Chupem uma manga, defensores de plantão. Eu não defendo partido algum. Eu defendo, aliás, defendia, um país mais justo para todos. Sim, até para o cara do Gatonet, para o cara que suborna, para o cara que rouba, para o cara que dá um jeitinho na habilitação quando ela é cassada, para blá, blá e blá.

O que acontece lá “em cima” é reflexo do que acontece “aqui, na nossa linha”. Desta forma, pra que fazer beleza “prus manus do estrangeiro”?

Ahhh. O Rio Doce? Este ganhou mais um desconto nos noticiários, afinal, temos Impeachment, Corinthians campeão, Palmeiras Campeão, Carnaval tá chegando aí e tudo volta a ser como era.


Já dizia o Humberto. Somos quem podemos ser. Sonhos que podemos ter.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Memórias das Três Verdades - Um antro de opções

Há tempos eu escrevei algo sobre as três verdades que trata-se de uma teoria que explica a designação de não acreditar na informação de duas pessoas, mas sim, de coleta-las e ter a própria opinião. É, eu sempre preguei isto e sempre me saí muito bem com esta forma de agir.

Mas e quando não existem duas verdades para se ter a terceira opinião? E quando se tem apenas uma "verdade"?



Pois é: eu acho que não preciso ficar explicando os meus princípios, os meus conceitos e as minhas ideias para todos, pois cada um que faz parte do meu ciclo de amizades já me conhece bem. Também acredito que cada um de vocês que está no meu ciclo sabe bem que eu não costumo faltar com respeito e tão menos jogar palavras ao vento, dando a intenção de que tudo o que acontece em minha vida é por culpa dos outros.

Pois bem. Quando julgamos as pessoas de modo fácil, todos tem a sensação de que a verdade "veio a tona". Legal, pois é isto que a maioria gosta de ler - as pessoas são movidas ao combustível da dor do próximo e da informação deslavada.

Quando decidi há pouco mudar o rumo da minha vida, fiz por minha própria conta e risco. Fiz pelo meu próprio coração. E fiz também pensando no coração de todos ao meu redor. Decidi pois decidi e ponto - trata-se de um problema exclusivo meu.

Não me interessam os julgamentos e tão menos as informações que são jogadas ao vento que dão a ideia de que eu fui um crápula, ou um ser sem coração e inútil. O que realmente importa é o que eu sentia e me machucava, me magoava e entristecia. E com tudo isto, tomar as decisões que eu tomei acerca dos acontecimentos da vida foram dolorosas.

Mas não tem nada não. Aprendi pelo meu próprio erro - o erro de ficar calado, de engasgar com os acontecimentos e ficar dilacerado por dentro. O erro de não dar a chance da terceira verdade, já que é isto que importa para a grande maioria. E com isto, muitos usam e abusam da minha paciência que já não é das maiores.

Na onda da mudança eu resolvi preservar várias pessoas que comigo estavam próximas ou até mesmo a distância. E foi nesta onda que eu resolvi ficar mudo, intacto e resignado. Deveria ter soltado um "culhão" de verbos no Facebook como todos fazem - ou como um ou outro faz.

Seria mais fácil eu ter me "queimado" da forma errada do que da forma correta, pois aí sim todos teriam motivos reais para me criticar ao extremo. Enfim, isto é um pensamento que veio dos meus devaneios, e cada vez que penso nisso eu tenho mais ódio ainda de Saint Exupeury (... tu és eternamente responsável.... pela porra do blábláblá).

Todas as vezes que penso nisto eu me sinto mais vazio por dentro. Nada de "algo que queima por dentro - mas que tem amor e amor e amor". Só vazio, porém, sem decepção alguma afinal, o esperado já era esperado. Dúbio? Pra mim não.

Quando uma pessoa acusa outra de algo ela deve esperar geralmente o contra-ataque. Mas de mim nunca espere isto, pois eu não costumo trabalhar com "para cada ação, uma reação" - eu vou atrás é da minha felicidade, doa a quem doer, queime a quem queimar, afinal, se não dá para ser certo em um mundo de muitas verdades, porque então se preocupar com o bem estar dos outros?

E é desta forma que eu farei o meu mundo seguir: calado, resignado e intacto, seja bom ou seja ruim (não para mim, mas para os outros). É desse jeito que eu vejo o meu mundo voar, tendo a certeza de que a minha verdade vale única e exclusivamente para uma pessoa:

Eu mesmo.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Memórias da Mágoa - Desligando a Chave Geral

Sentir-se responsável por fazer o bem para alguém dá um sensação de bem estar indescritível. Ainda mais quando somos responsáveis por mudar a vida das pessoas para o bem, dando metas, caminhos e objetivos.



E quando esta tarefa faz com que você tire da pessoa o principal, que é a própria essência da vida? E quando isto faz um bem oculto, tornando-se o mal? Pois é: neste momento você descobre que ser bom foi ser ruim.

Por exemplo, eu nunca gostei assistir jogos de futebol pois tinha meus princípios fiéis de que aquilo era pura aniquilação. Hoje em dia eu entendo perfeitamente o que faz um homem sentado em sua poltrona, com a mão no saco, uma lata de cerveja a tiracolo, xingando o Juiz e os jogadores / torcedores do time adversário: Ele está perdendo o seu stress. Ele está no seu momento “fazer unhas dos pés e das mãos”.

Se por algum acaso o homem não faz isto é porquê provavelmente ele tem outras atividades preferenciais, como andar de moto, fotografar, andar de bicicleta, conhecer locais culturais, frequentar um bom restaurante, entre outros. No meu caso, eu costumava escrever, como faço neste exato momento. Emitia textos dúbios e as vezes maravilhosos que as pessoas sempre gostavam de comentar.

Fazendo isto eu acabei criando uma espécie de alter ego – este que foi admirado por pessoas em especial. E com isto, acabei criando pessoas que viviam o que eu dizia, eu achava e que nem mesmo por vezes eu concordava. Eu criei pessoas que viviam o que eu vivia. Pessoas que respiravam o que eu respirava.

Por meses eu venho tentando consertar esta situação chata e amarga, mas vi que o resultado final foi péssimo. E o que eu aprendi com isto? Aprendi que o ditado “você colhe aquilo que planta” é a mais perfeita verdade.

Para ajustar uma situação como esta, as vezes é necessário magoar as pessoas. É como se você desmentisse uma mentira deslavada sabendo das consequências que você mesmo criou. Se isto limpa a alma e vai fazer bem para todos? Só o tempo poderá dizer. O importante é que estou tentando seguir os princípios corretos da vida.

Eu resolvi fazer isto. Para o meu bem, para o bem dos que me respiravam e para o bem das pessoas que ainda me respiram.

O que eu espero disso tudo? Primeiramente que as pessoas se encontrem por si próprias e vejam que viver a vida não é co-viver o que os outros sentem. Quero que as pessoas busquem seus próprios caminhos e destinos, focadas em seus objetivos pessoais e familiares. Eu quero que as pessoas vivam por si, para que eu mesmo possa viver por mim.

Que todos sejam livres. Foi desligada a chave geral.

Boa vida.